Como adotar uma cultura organizacional transparente em tempos de crise
A forma com que uma empresa constrói sua cultura organizacional faz toda a diferença nos tempos de crise como o que vivemos.
Por isso, para você entender um pouco mais sobre este assunto, entrevistamos a consultora do Núcleo de Carreira e Empregabilidade da MMurad | FGV, Neidy Christo!
Confira!
Entendendo a cultura organizacional
O conceito de cultura organizacional pode ser definido como a identidade de uma empresa. Ela é formada por valores e crenças moldadas a partir do alinhamento entre pensamentos de gestores e colaboradores.
Essa cultura explica diretamente o comportamento das pessoas nas empresas.
Por exemplo, se uma organização possui a premissa de que o atendimento aos clientes precisa sempre ser de qualidade e extremamente respeitoso, isso faz com que todos os empregados tenham essa preocupação no trato com os mesmos, já que é um valor compactuado e defendido desde a fundação da empresa.
Gestores precisam demonstrar no dia a dia
Para a consultora do Núcleo de Carreira e Empregabilidade da MMurad I FGV, Neidy Christo, para ter sucesso na promoção da cultura organizacional é necessário que os gestores sempre demonstrem esta premissa no dia a dia, conversando em reuniões e expondo com clareza os propósitos da empresa para quem faz parte dela.
Desta forma, todo novo funcionário já inicia a trajetória habituado com os valores que ajudam a organização a chegar onde deseja e realizar aquilo que estabelece como meta.
“Construir uma cultura é ao mesmo tempo fazer com que os colaboradores acreditem nas mesmas coisas que a organização. E, ao acontecer isso, é possível fortalecer a marca da empresa, possibilitar que as pessoas trabalhem com mais produtividade e bem-estar e também fortalecer vínculos”, afirma Neidy.
E a cultura organizacional em tempos de crise?
As crises fazem parte de uma organização. Motivadas por fatores externos, como a economia, ou situações internas, como, por exemplo, uma demissão, a cultura organizacional não pode ser esquecida nesses momentos.
Apesar disso, Neidy afirma que nenhuma organização consegue ter, em momentos de crise, o que ela não tinha antes.
Se determinada empresa não adotava uma cultura organizacional de transparência, que se pautava em avisar os funcionários o que estava acontecendo, o que podia e o que não podia, bem como sua situação financeira, por exemplo, não será durante a crise que fará isso, afinal, construir uma cultura dessas demanda tempo.
“Atualmente, vemos que empresas estão demitindo as pessoas sem sequer convidá-las para irem a empresa ou estão realizando várias mudanças sem comunicar os colaboradores. Isso provavelmente já era comum nessas empresas, antes da pandemia. Uma organização só adota uma cultura de transparência a qualquer momento se isso estiver sendo construído ao longo de sua jornada”, explica a consultora do Núcleo de Carreira e Empregabilidade da MMurad I FGV.
Adaptação é possível
Apesar de não ser possível a criação de uma cultura organizacional transparente da noite para o dia, Neidy acredita que ela consiga ir sendo adaptada ao longo do tempo.
Um exemplo disso é o home office, prática que mudou na maioria das organizações durante a quarentena.
“Por enquanto ainda é considerada uma cultura organizacional apenas para organizações que já promoviam essa forma de trabalhar antes da pandemia, como a Shell. Caso ela se perdure e as empresas continuem a ver os resultados, mais tarde, enfim, poderemos dizer que as empresas têm essa cultura do trabalho em home office”, ressalta.
Prevenção de crises
É possível prevenir crises com uma cultura organizacional bem estruturada? Sim, é possìvel, exceto as crises externas como a que vivemos agora.
Para Neidy, com um forte trabalho de divulgação de seus valores e crenças, as empresas conseguem fortalecer seus colaboradores e a si mesmas, o que pode evitar, assim, as tão temidas crises.